Não doeu
Minha cabeça estava embaralhada com as nossas lembranças juntos, enquanto conversamos porque não tinha dado certo. Meus pensamentos fluíam e se diluíam num passe de mágica enquanto o caos embaçava a minha visão.
Não doeu, como imaginei que machucaria. Não chorei rios de lágrimas, como pensei que aconteceria. Apenas ouvi as palavras de alguém que amei. E como amei. O nervosismo se fazia presente em forma de pedidos de desculpas de ambas as partes.
Por muito tempo tentei entender a gente. Tudo foi muito intenso, desde as muitas noites de amor a convivência a dois. Às vezes fervia tanto que não era fácil de lidar.
As relações humanas são estranhas. Eu sempre digo isso. Demorei um milhão de anos para aceitar que realmente precisávamos dar um fim, não pelo fato de não ter nada em comum, apenas porque às vezes não é para acontecer e a culpa não é de ninguém.
Claro que vou sentir saudades dos nossos domingos de cinema em casa ou das noites em que você me derramava cerveja nos bares. Vou sentir falta dos seus sorridos ao acordar e mais ainda abraço de urso. Seria hipocrisia minha negar o quanto fomos felizes.
Tudo aconteceu muito rápido. Algumas repostas permaneceram no vácuo. Decidimos guardar os melhores momentos em uma caixinha de lembranças. Que o tempo voe para superarmos a fase “fim de relacionamento” e tomarmos aquela chopp em um boteco de quinta, rindo do nosso passado.
Tivemos que seguir caminhos opostos e saiba que só te desejo bem. Qualquer coisa ainda estou por aqui, pode contar com uma amiga tagarela. Fica bem. Adeus.
